quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Males de Amar.

Quem era aquele homem? Aquele que se sentava no balcão todos os dias às 10 horas? Sempre naquele ar de mistério, entrava no bar, pendurava o guarda chuvas, puxava a carteira e sentava-se de frente ao atendente e pedia doses a noite toda. Ninguém nunca conversava com aquele sujeito. Algumas mulheres tentavam em vão seduzí-lo. Em vão, porque sequer uma breve olhada ele dava. Ignorava sem pena o mais fundo decote ou mais fino salto agulha. Dizem que um dia, ele virou o rosto pra olhar uma mulher que entrou naquele bar. Loira, estatura média, tipo físico escultural e maquiagem cara. Era essa a mulher (devassa, diga-se de passagem) que o transformara naquele ser cavernoso. Não se sabe ao certo a história. Uns dizem que ele a perdeu pra 'vida', outro que foi trocado pelo melhor amigo dele. Alguns dizem até que ela trocara o sujeito pelo pai (dele). Depois de entrar, a mulher caminhou na sua direção, sussurrou algo em seu ouvido e saiu dando um riso maldoso de satisfação. Todos se arrepiaram com a situação e apostavam doses e mais doses que naquele momento ele atiraria uma garrafa na cabeça dela. Um doce engano desses, que não sabem o que é sofrer um desengano por amor. Ele sofria com destreza e fizera do sofrimento seu modo de vida. E aquela era sua vida. Entre a boemia noturna e o sofrimento entre os raios de sol, tão claros como os cabelos daquela mulher.





Drinking Again - Frank Sinatra

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