quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

minhas eras

o pé de primavera
pede a primavera
que ela dure

mais um dia
mais um ano
mais uma era

mas que dure
e seja eterna
essa primavera
verei outras eras
ou só até
a primavera?





terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

chamas

a chama da vela
que vela
leve
a leveza que reveza
entre o peso e a tragédia

dramas
amas o que fazes
ou sofres
e dramatizas

não enfatize o drama
eleve a alma
deixe-se leve

releve
o drama
o que ama
e se re - leve
re - erga
re - vele
que no fim
tudo se
re - ve -lará.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

então deixa...

deixa chover então?
deixa, chover então?
deixar chover, então?
então...deixa que chova, deixa a chuva
se deixa...




(algumas pessoas especiais merecem esse post)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

o oposto do fim

é esse amor sempre passageiro
que nos faz passageiros do mesmo vagão

são estações, são ligeiramente
sãos...

sempre tão iguais
que parecem sempre o mesmo
amor...

esse sentimento notável
incontrolável
irreparável

mesmo depois de tantos trilhos
tantas trilhas
tantas milhas
ele permanece

sempre o mesmo
o mesmo passageiro
o mesmo motorista
o mesmo amor
o mesmo de sempre...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

mentes e iras

mentira
mentir
a
ira

até acreditar que seja
mentira
até acreditar
que não seja
ira

irá mentir
até que a ira
não seja nada além
de mentira

mentir na ira
até que a mentira
vire ira
ou mentira.

na sua mente
que a mentira
seja ira
uma mente de
ira
um monte
de mentiras

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

brisando-te

Brisa
breve
brisa

brasa
nos braços
que abriga
as brigas
e as belezas

pela brisa que bate
brevemente
te peço

me abriga
nos seus braços
abriga
meus abraços
nos braços seus?

brevidades

O caminho entre o banheiro e a sala de jantar pode ser um trajeto um tanto quanto surpreendente. Assim foi, depois de 20 anos que ela se deparou com um detalhe que até então, não tinha recebido a atenção merecida. Aquele casal de velhinhos que se sentava na sala há 60 anos tinha um pedacinho dessa memória pregada na parede havia quase 40. Era uma moldura em mogno com alguns detalhes em dourado já apagados pelo tempo.  Na imagem aquele casal tão jovem jamais imaginava que tantos anos se passariam eternizados em um mero pedaço de papel. A jovem, morena, de cabelos castanhos escuros, trajava um belo vestido carmim de gola fechada, uma corrente dourada e um batom da mesma cor do vestido. Tinha os cabelos presos e a expressão séria. Da mesma forma estava seu marido, aquele senhor elegantemente vestido com um de seus melhores ternos, cabelos engomados e um bigode sutil, característico da época. E até hoje, aquele casal permanece. Tiveram 9 filhos, todos se casaram, tiveram seus filhos e os filhos tiveram filhos...num ciclo infinito. Hoje ela cuida dele, ele cuida dela...talvez isso nunca tenha a necessidade de se acabar...e quando se forem dessa vida, permanecerão cuidando um do outro como fazem hoje.
 Ela não acredita que viva anos tão longos numa vida a dois como aquele casal, embora deseje. Também duvida da sua capacidade de sustentar os percalços comuns de um casal por anos a fio, mas sentia muito orgulho da superação deles.
Após muitos anos, como todo casal, o silêncio entre eles se fez gritante. Talvez durante as noites, muitas vezes insones, eles sejam tão silenciosos quanto o retrato naquela parede.
Mas também são eternos, como só um retrato pode ser.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

surpresa

surpresa encontro
a cada novo encontro
surpresas diárias
surpresas noturnas
me surpreendo com a forma
como você sabe
usar bem
todas as palavras
recicladas pelo tempo
recicladas pelos dias
recicladas
ano após ano
dor após dor
recicla sempre sua vida
mas mantém a surpresa
de encontrar a mesmice
reaproveitada
então, aproveite.


Oração às cinzas

queimem-se
todas as palavras
todos os sonhos
todas as vontades

que virem pó os seus mais profundos desejos
esse amor que julgas eterno
as paredes azuis
que todas elas caiam e queimem

se tornem não mais que miragens
que virem apenas mais um vulto no caminho
que os seus fantasmas sempre lembrem-se onde você está
e onde ficaram os restos úmidos dos seus gostos

rezo pela combustão de tudo que resta
para que se transforme em cinzas tudo aquilo que acreditou um dia
principalmente nas mentiras que dizias

e que você, que um dia foi amarelo
branco, vermelho, anil
não seja nada mais que a cor morta
que se torne apenas isso
cinza.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

monstro

corrói a alma
segue o fluxo do sangue feito um riacho
deságua pela ponta dos dedos
estilhaça o primeiro espelho que a frente lhe encontra

fuzila todos os corpos que dali se aproximam
queima em brasa o olhar que por vezes se acentua em fúria
jorra fogo e veneno pelos lábios
derruba cabeças por onde caminha

acima do bem e do mal
não preocupa, não mata
só fica
quieto até que a próxima vítima se esqueça da história.

é um gigante adormecido
sedento por vingança
na verdade carente

de algo que seja concreto
de algo que seja verdadeiro.







passageiro.

como eu te entendo é simples
é da mesma forma que a minha música favorita
que entra pelos meus ouvidos
me faz balançar sem querer
e indiretamente me faz tão mais feliz sem que nem precise ser tocada...

te sinto como meu perfume predileto
que penetra pelos poros
que exala sensivelmente pelo ar
que passa deixando uma marca única no seu encalço...

eu te vejo como meu filme predileto
me faz chorar
me faz sentir protagonista e antagonista
sem me deixar  perder o favoritismo pelo final feliz...

como eu te tenho?
como o ar que eu respiro
não vejo, não sinto, não toco, não percebo
mas preciso, sinto falta, dependo.
e sei que um dia morrerá
pela efemeridade dos sentidos.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

e no fim.

não existe um pingo de matéria
uma gota de essência
um vestígio de alma

é tudo um grande nada
um pedaço de matéria
dita como humana
pairando pelo planeta
caminhando pelo universo

não preenche espaço algum
só um imenso vazio
um vazio ambulante
alguém que nada significa
e nunca
nada
será.

A Louca.

Há algum tempo atrás, algumas pessoas que fluíam sentimentos através dos poros decidiram que era hora de juntar suas obras e inspirações e mostrar a todos o que sentiam. Desse momento nasceu 'O Coreto Cósmico', provando que o universo conspira pra unir pessoas que vivem, respiram, transpiram e se inspiram em função do amor e da amizade. O texto de hoje saiu desse dia. Dia memorável e um dos textos que, além de ser um doa meus favoritos, foi escolhido por várias pessoas que ja tem o meu amor e afeito perpétuos.


'Chamavam-na de louca. E ninguém ousava contrariar. Afinal, naquele vilarejo, o que o padre ou as velhas carolas da igreja diziam, era palavra de ordem. Mesmo tendo sido criada dentro daquele ambiente, tendo pais rígidos quanto a educação das suas filhas, ela era um peça fora do jogo. Benzeram-na quando pequena. A alma daquela criança devia ter sido tomada por algum espírito demoníaco, ‘Aonde já se viu, arrancar a cabeça das bonecas e colocar fogo assim?’, diziam as beatas .Na adolescencia bebia. Matava as aulas no colégio, embriagava-se e dormia com donos de bar para pagar a conta. E na vida adulta...ah, na vida adulta...ela nem chegou a crescer. Casou-se oito vezes, não teve nenhum filho e reza a lenda que matou pelo menos 3 maridos e com um deles, doou os órgãos para o mercado negro para comprar uma fruteira de metal. ‘Toda boa dona de casa e com bom gosto, quer uma fruteira de metal na mesa da sala de jantar!’. Terminou assim, louca. Uma mansão no fim da rua, sem jardim, (uma vergonha ter uma casa sem jardim) vivendo com seus 5 gatos e bebendo whisky o dia todo enquanto joga paciência. Dizem até que nesses 68 anos de vida, se teve uma frase que nunca saiu de sua boca foi ‘eu te amo’. Ela diz que nunca amou. E que o único homem do qual foi dependente, mas só até os 10 anos, quando descobriu que uma mulher nunca precisa pagar  a conta se tiver a certa “disposição”, foi seu pai. Mais ninguém. E também nunca o amou.
Alguns dizem que é falta de amor. Outros, que é louca.'

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

simples assim.

beijo
sela
os selos
e as celas

me beija
me prende
domina
acende

te beijo
te levo
te pego
revelo

que amo
te chamo
tu foges
eu sofro

e assim
é o fim
de você
em mim.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

para onde para?

Para-vida
para-brisas
para-tí
para-quedas

a cada queda
para
e recomeça

o ciclo
o sonho
até que algo
pare

mas não repara.
nunca para.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Passional

passional foi o crime.
Te matei dentro de mim e não me arrependi
não tem volta.

foi planejado
te esquartejei
te enterrei pra nunca mais te ver

não me arrependi
nem sofri
deixei passar

dizem que por ali nasceu uma flor
pode ser que sim
pode ser que não
mas foi passional

e não me arrependi.
passionalmente
me apaixonei
pelo que fiz.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

dopping



desespero agonia tensão irritação raiva ódio. bitucas queimando. copos vazios.goteiras. vidros contra a parede. um tiro. fúria. furacão. passe. suma. não volte. nunca mais. nunca mais.



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Looping do Dia



Eu não vou deixar você com esse medo de se aproximar
Pra ter um fim toda história um dia tem que começar

beyond me

Gostar demais é nocivo. O charme é nocivo. A sedução mata. Quando não mata, envenena. Antídotos não surtem efeito. Me entreguei e achei que ele me levaria longe. Achei que a sedução era o bastante e não. Ela era o bastante pra me fazer acreditar que tudo era sedução barata. Quando se acostuma a mergulhar profundo, a superfície é pouco, a superfície te cansa, a superfície te afoga. Te sufoca no vazio, te enforca no tédio. A profundidade te joga no escuro. Ambos ruins. Ambos nocivos. Melhor não sentir nada.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

a dona da vez

De salto alto, em cada esquina, ela provoca. Tem um jeito de olhar que até Deus duvida que tenha criado algo tão belo...passa feito uma brisa e deixa o ar decorado com a fragrância, que apesar de barata, ganha um valor altíssimo quando ela usa. Shampoo suave, vestido bem passado e rosto iluminado. Quem resiste? Os que resistiram um dia, hoje sofrem. Os que perderam então...nem se fala. Ela esnoba, sorri e dança. Só dança. Desliza causando inveja aos olhares e comentários venenosos das concorrentes de salão. Dá um sorrisinho malicioso, um olhar furtivo e vê as meninas recolhendo a mão dos namorados ou distribuindo broncas aos olhares compridos demais. Ela é a menina do salto, salto alto...e mulher de salto alto, cabelo perfumado e malícia, meu amigo, nem o diabo pode.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

despedida

Era uma noite quente de verão quando ele se despediu. Tudo que eu conseguia dizer era que tudo ia ficar bem. Não ia, mas eu ainda gostava de me enganar, como nas primeiras vezes. Ele saiu por aquela porta sem hesitar e parecia firme quanto a sua posição. Eu, naquele momento só poderia respeitar sua vontade e me calar, e assim o fiz. Dentro de mim, aquela vontade de tê-lo ao meu lado ainda falava mais alto, mas ainda assim, eu, mesmo que por criação, havia me feito mulher pelo destino. Agir feito uma menina inocente acreditando que as coisas se encaixariam como num quebra cabeças era ingenuidade demais pra mim. Resolvi que era a hora de fazer as malas. Não as minhas, mas as dele. Coloquei cuidadosamente cada camisa, suas calças prediletas, aquele frasco de perfume que ao meu ver, era minha música favorita, só que líquida. Peguei a mala, relativamente leve se comparado ao peso que eu carregava na alma naquele momento e desci até o portão. Queria vê-lo mais uma vez de perto, tocá-lo, esperar que ele me pedisse pra voltar, mas não era certo e eu sabia que não devia. Me contentei em colocar um bilhete sob a mala. Entrei, subi as escadas muito rápido e me tranquei no quarto. O bilhete só dizia o que eu sentia, o que pensava sobre tudo aquilo. ‘Colocaria meu bloco na rua por você, se seu orgulho me abrisse passagem.’

gata garota.

Malícia, ternura, doçura, incerteza, erros, venenos, mel... ela era isso e mais um pouco...um pouco de tabaco, um pouco de álcool, um pouco de brilho, um pouco de sorrisos...tinha um mel que escorria, derretia, fervia...era sempre destaque, sempre iluminava...era tudo. Eu precisava dela. Ela era como o ar, como o mar, como ela...ela era assim, toda fogo, toda estrela, toda violência, toda paz...ela era meio assim...toda feita, refeita, desfeita, perfeita...toda amor.


bailarina de ventos

Aquela mocinha na pontinha dos pés...andava devagarinho pela casa, pisando de mansinho pra não acordar o mundo àquela hora da manhã. Tinha um jeitinho leve, um toque suave, uma calma presente. Era como uma pluma, como a neve, como uma chuvinha numa manhã ensolarada de verão. Tinha força de uma ventania, mas a suavidade de uma bailarina. Sabia que se acordasse o mundo, não teria problemas...ela acordava o universo ao seu redor com um simples sorriso. É ela, a Bela.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

cheia de graça

Era quase hora da partida. Ela ja começava a tremer de ansiedade. Muito em breve estaria em terras desconhecidas, com outros ares, novas emoções e novos horizontes a explorar. A vida é assim...sempre nos vemos frente à novidades e elas surpreendem, imobilizam, nos fazem ficar sem reação. Por isso é novo...ela havia sido novidade um dia. Uma agradável surpresa na vida de todos aqueles que puderam saborear a doçura do seu jeito de ser. Deixaria saudades, algumas fotos e muita alegria. Assim era a Ana. Do hebraico, cheia de graça. Graça, beleza, amor. Essa era Ana, essa era única!



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O que é viver?




Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...

E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Prece ao Tempo

Hoje eu brindo a novidade
Coloco um sonho dentro da próxima taça de vinho
Dizem os profetas: 'grandes sonhos virão'
Eis o tempo de revolucionar

Abençoada seja a espera
Cativantes sejam os próximos sorrisos
Se tiver que começar uma avalanche
Conte comigo

Não tenho mais medo de sombras
Andar sozinho pra mim virou diversão
jogo alto, não tenho medo de enfrentar o azar
De agora em diante, sou dona de mim

Encaro a plateia de bom grado
levo a felicidade estampada no peito e na cara
bato na cara do inimigo
e saio sambando pela avenida tal qual a diva passista , pode crer

Assumo o medo que o desconhecido provoca
Entendo que cada falha foi um degrau na subida
dispensei os infortúnios que me couberam
agora eu saio com a cabeça erguida desse show.

E você?

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Memórias


Enquanto a neta chorava os avós e os pais entraram em desespero...o avô acolheu a neta no colo e saiu cantarolando para acalmá-la...nesse meio tempo me recordei de uma determinada música que mamãe disse que cantava pra me acalmar quando bebê...
Como dizem que mãe nunca se engana, essa música me acalma mesmo quase 20 anos depois...
São esses pequenos detalhes que me fizeram perceber que o afeto e os detalhes, quando verdadeiros deixam de ser momentâneos e se eternizam ao longo dos anos...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Fases

Não nego, me entrego
não consegui te esquecer

desfaço os laços
que me prendem a você

laços esses rompidos
como seda aos ventos
só sobraram pensamentos
e memórias de você

me abandone, não questione
eu sei que posso ainda te querer

já que me deixou do avesso
parta, não deixe nem endereço
não vou mais procurar você

nem seus cantos, nem encantos
nem brilhos, nem trilhos
vou me perder por aí

por onde o tempo me carregue
como uma cruz apagada
como uma tatuagem, me serve.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Entre amoras e amores

Tenho muitas mulheres nessa vida...de uma aquarela de cores, de várias idades, de muitos amores...poucas são casadas, muitas são carentes...todas com charme de donzela, mas sem talento pra meretriz...
Todas elas tem uma cabeça feita, às vezes desequilibradas...
Vivem suas confusões entre a guerra e a paz...
Mas sabe, nada nem ninguém nesse mundo me fez tão feliz como elas me fazem...


Pro amor.



Sabe aquela coisa de que 'o amor é cego'? Conversa...o amor enxerga muito bem...o amor é doce, o amor é puro...tem um belo sorriso, um papo legal, trás vida à sua vida e te faz querer ser melhor...como pessoa, como amigo, te faz crescer, te faz ver seu próprio valor, muitas vezes esquecido pelas travessuras do tempo...

O amor vem uma única vez na vida e fica. Nunca mais se desprende.

Mas o amor não é pra quem quer...não se procura o amor...o amor é quem procura a pessoa certa. O amor é só pra quem merece. E pra quem merece o amor.





Pare e Pense. Mais uma vez.

Esse é o Playmobil.
Dando aquela clássica observada sobre tudo que andou ocorrendo nos últimos tempos cheguei a uma conclusão um tanto quando infeliz: diante de todos os fatos ruins que ocorrem na vida, acabamos nos tornando inimigos do nosso próprio passado. Não se trata de inimizade no sentido de odiar aquela festa de aniversário de 5 anos que sua mãe te deixou com o cabelo muito semelhante a um boneco de playmobil. O passado a que me refiro é aquele que você se recusa a aceitar que tenha permitido acontecer. A festa de aniversário foi boa, mas você sente que poderia ter evitado o cabelo de playmobil. Na verdade não, você não podia porque sua mãe assim quis que fosse. Você se tornou vítima da situação, tanto quanto nesse passado tão próximo que você está pensando agora. Esses dias me peguei pensando como seria a vida se arrependimento realmente matasse. Uma diminuição na população mundial seria o primeiro efeito.
Mas pensando por um outro lado: os erros nada mais são do que aprendizados e você bem sabe disso. Sendo assim, na falta de necessidade de aprendizado, você jamais teria que ter nascido. Logo a humanidade não teria nenhuma obrigação de aprender nada e nascer seria inútil.
Não digo isso por ser perfeita ou porque jamais parei e pensei 'eu poderia ter evitado essa ou aquela situação naquela ocasião'. Na verdade o poder de evitar todos tem, mas a vontade de testar as circunstâncias e concluir até onde você é inume ao arrependimento é muito maior. Curvar-se, render-se ao próprio erro é o que dá uma relevância ao mesmo muito maior do que ele realmente tem.
Sabemos que vamos continuar errando, esses erros vão alimentar o então presente e dar vida ao possível rancor do passado. Possível. Não significa que isso seja uma regra. Erre e dê vida ao erro. Agradeça àquele ou àquela coisa que te fez pensar melhor e se arrepender. Graças a ele, querendo ou não, você aprendeu.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sugestão de Som




Males de Amar.

Quem era aquele homem? Aquele que se sentava no balcão todos os dias às 10 horas? Sempre naquele ar de mistério, entrava no bar, pendurava o guarda chuvas, puxava a carteira e sentava-se de frente ao atendente e pedia doses a noite toda. Ninguém nunca conversava com aquele sujeito. Algumas mulheres tentavam em vão seduzí-lo. Em vão, porque sequer uma breve olhada ele dava. Ignorava sem pena o mais fundo decote ou mais fino salto agulha. Dizem que um dia, ele virou o rosto pra olhar uma mulher que entrou naquele bar. Loira, estatura média, tipo físico escultural e maquiagem cara. Era essa a mulher (devassa, diga-se de passagem) que o transformara naquele ser cavernoso. Não se sabe ao certo a história. Uns dizem que ele a perdeu pra 'vida', outro que foi trocado pelo melhor amigo dele. Alguns dizem até que ela trocara o sujeito pelo pai (dele). Depois de entrar, a mulher caminhou na sua direção, sussurrou algo em seu ouvido e saiu dando um riso maldoso de satisfação. Todos se arrepiaram com a situação e apostavam doses e mais doses que naquele momento ele atiraria uma garrafa na cabeça dela. Um doce engano desses, que não sabem o que é sofrer um desengano por amor. Ele sofria com destreza e fizera do sofrimento seu modo de vida. E aquela era sua vida. Entre a boemia noturna e o sofrimento entre os raios de sol, tão claros como os cabelos daquela mulher.





Drinking Again - Frank Sinatra

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sons e Saudades

Havia atrelado o cara a algumas canções. Todas elas ecoavam nos momentos de silêncio. Não restava mais nada, só as músicas que ele gostava. E ela gostava também. E sabia que elas fariam parte da sua vida pra sempre. Se ele faria, as músicas também fariam. Eles conversavam bem menos que o habitual...talvez as conversas tenham destrinchado idéias, pensamentos...passaram a refletir mais sobre si mesmos e talvez sobre os dois. Ela se perdia em teorias, acordava tarde, bebia mais, sonhava menos, esperava infinito...até quando? Não tinha mais a necessidade de agradar, não via mais simpatia pelos sentimentos. Só sentia medo de se iludir e cair no desconhecido mais uma vez. Queria ter uma bola de cristal, chorar quando chovesse e pedir chuva nos dias de sol. Buscava a claridade somente quando tinha silêncio, porque no silêncio nada mais restava, só as músicas que ele gostava.

Sugestão de Som



Norah ♥

Flertes e Outros Traumas

Passava longe de ser um cara interessante. Pelo contrário. Chegava a ser grotesco. Mas tinha algo que simplesmente atraía. Era como se fosse o polo negativo num meio positivo. Sim, porque naquele ser, nada era positivo. Cheio de erros, repleto de defeitos, e ainda assim, sedutor. Tampouco era inteligente. Na verdade, soava meio pedante. Convencido, sabia que por onde passava deixava sua marca. Era um cara marcante. Perfumado, um sorriso forte, um olhar que penetrava até sob o olhar mais resistente. Mas não era o bastante. Jamais reconheceria que aquele cara havia abalado suas tão fortes estruturas. Se alguém perguntasse, a resposta seria sempre não. Não era esse tipo de coisa que se assume assim, sem mais nem menos. O tipo dela era outro, todos sabiam. E se ele próprio perguntasse? Será que suportaria uma rejeição com toda aquela arrogância? Mas...será que ela rejeitaria? Até o horóscopo colaborava pra que eles se entendessem. O que não colaborava era a personalidade. Dele, é claro. Todavia, nada aconteceria mesmo. Ele passou pela sua vida e só. Nada mais. Embora tivesse seduzido mais que o normal, mas passou. Ele era pouco pra ela, ela era muito pra ele. Eles facilmente se completariam. E ele passou. Ou não...