terça-feira, 31 de julho de 2012

mais que normal.

Pra quem já perdeu a voz diante da falta de crença, da cegueira e da dependência, ver o mundo se levantar sem voz não é algo tão doloroso. É apaziguante. É depois de algum tempo que a gente percebe que mesmo que estilhaçado, cada pedacinho de um espelho ainda reflete uma pequena parte do mundo.





















terça-feira, 10 de julho de 2012

sim ou com certeza.

A gente passa muito tempo assim, sentindo. Mas na hora de escrever o que sente, não sai. Sou dessas...odeio declarações melosas demais, açucaradas demais, com lero lero demais...sendo assim, passo muito tempo tentando interpretar o que eu sinto por ele e não sai.
Não vou ficar procurando meios de dizer o quanto ele é especial, o quanto eu o amo, o quanto ele me faz feliz, que a gente é pra sempre. Ele não me aguentaria pra sempre. Aquela velhinha caquética, reclamona, irritante...ainda mais ele. Nunca é. Uma puta besteira isso.
Ele é aquelas metáforas das coisas simples da vida, que te acontecem. Todo dia. O dia todo.
Ele é aquela risada que você dá sem perceber e fica puta da vida consigo mesma por ser tão idiota. Dá a mesma sensação que aquele ventinho leve quando você ta praia ao meio dia e não sabe pra onde correr pra se refrescar. É aquele momento que você ta trancando a porta de casa e de repente te dá um estalo e você lembra que o celular ficou...o alívio por ter lembrado, sabe? O último gostinho doce do chiclete, ainda que depois ele fique duro, seco e insípido, você acaba querendo mais. Aquela blusa que você comprou super por acaso, 'pra usar a toa' e ela se tornou a sua peça chave e favorita.
 Mas como toda aparelhagem masculina, ele consegue ser aquele ódio profundo que dá ao ver uma loira sensacional de roupas extremamente curtas e físico perfeito desfilando pelas ruas e me fazendo pensar "certeza que o maldito estaria olhando agora!". Pode ser aquela chuva extremamente fria que começa a cair no exato momento que o pneu do carro estourou e a única pessoa que pode trocar é você mesma.Ou a ventania pavorosa que acontece quando você se produziu toda pra sair de vestido, salto alto e sem blusa. Te faz querer empurrar ele contra a parede e morrer ao mesmo tempo. Às vezes te deixa meio indecisa entre continuar com ele ou pular de um prédio de 15 andares. Te faz querer pendurar as chuteiras da sua vida bagunçada e fazer uma bomba nuclear. Te faz ter momentos de puro racionalismo em que você aceita todas as condições humanas dele, mas em outros você sentiria o ego super massageado de aniquilar em massa não só ele, como todos da mesma espécie.
Mas pergunta se em algum momento pensei em ficar longe dele. Sim, é óbvio. Só não me pergunte se eu estaria viva no dia seguinte. Ou se ele estaria.