quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nem sempre pelo mundo.

Me contento em ser tão somente
mais um filho do mundo
esse mundo que chora
essa noite que chove

Não faço questão de ser escutada por ele
não quero que me responda nada
nem me indique nenhum caminho

Mas me dê um espaço
pra ser meu
pra ser eu

Pra ser o mundo
Pra não ser Deus

só quero ser mais um filho
dessa escuridão fluída
que lava a distância percorrida
entre o ser e o poder
entre o viver e o parecer
entre o padecer.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Velha História

Ela não vai sair daquele bar sem fazer estragos, sem quebrar nada, sem seduzir ninguém, ela preferia a confusão. Queria mesmo ver o circo pegar fogo sem se importar com as consequências...

Ela não ia. Mas o melhor a fazer é dar uma piscadinha pro rapaz lá atrás, terminar aquela garrafa, levantar derrubando a cadeira e quebrar o salto nos vãos entre as pedras da calçada. Esse era o desfecho de sempre. Todos acabavam olhando aquela jovem, compadecidos com seus 'ais'...'tão nova, tão bonita, mas desse jeito...'

É...melhor terminar logo a garrafa.













terça-feira, 5 de junho de 2012

amargor.

No fim da noite sobraram só os estilhaços das taças atiradas, a porta entreaberta com o chaveiro tailandês pendurado, três garrafas de vinho caídas pelo chão e ela. Ela arrependida. Ela olhando pela janela. Ela sem norte. Nem sul. Talvez teria sido melhor encarar a despedida assim, silenciosa. mas ela preferiu que todos os vizinhos soubessem que ele não pertencia mais aos momentos em que ela (supostamente) mais precisava. "Sabia que não deveria ter acreditado naquelas flores! Sabia!"...Na verdade não, ela nunca soube e nunca vai saber. Dali um tempo ele vai aparecer, com mais uma garrafa de vinho, outro buquê de flores, ela vai abrir a porta, vai segurar o chaveiro tailandês da lua de mel e vai sentir de novo tudo aquilo que aquela noite proporcionara. Para isso precisava sair da janela...mas ainda não se sabe se existe alguém no mundo que troca a lua pela terra.