terça-feira, 5 de junho de 2012

amargor.

No fim da noite sobraram só os estilhaços das taças atiradas, a porta entreaberta com o chaveiro tailandês pendurado, três garrafas de vinho caídas pelo chão e ela. Ela arrependida. Ela olhando pela janela. Ela sem norte. Nem sul. Talvez teria sido melhor encarar a despedida assim, silenciosa. mas ela preferiu que todos os vizinhos soubessem que ele não pertencia mais aos momentos em que ela (supostamente) mais precisava. "Sabia que não deveria ter acreditado naquelas flores! Sabia!"...Na verdade não, ela nunca soube e nunca vai saber. Dali um tempo ele vai aparecer, com mais uma garrafa de vinho, outro buquê de flores, ela vai abrir a porta, vai segurar o chaveiro tailandês da lua de mel e vai sentir de novo tudo aquilo que aquela noite proporcionara. Para isso precisava sair da janela...mas ainda não se sabe se existe alguém no mundo que troca a lua pela terra.

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