terça-feira, 4 de setembro de 2012
rosa.
Ela acreditava nas rosas. Sempre acreditou no poder delas e não quão encantadoras eram aquelas flores que exalavam um perfume delicado e cruel. Cruel porque trazia lembranças de uma vida passada a qual ela não gostava nem de pensar em reviver. Delicado porque era a representação do seu próprio ser e daqueles seres que a cercavam. A parte disso, cultivava muitas rosas de variadas cores no seu jardim. Sabia exatamente a sensação de ter uma piscina de pétalas e outra de espinho, porque mergulhara em ambas e voltara completamente ferida quando os espinhos perfuraram sua pele, seu rosto, sua alma. A de pétalas era o seu refúgio quando os espinhos se tornavam insuportáveis. Enquanto isso cultivava rosas. Ia sempre cultivar essas rosas. Cultuar essas rosas. Aquela rosa.
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