sábado, 31 de março de 2012
prece pela noite.
pare e pense
quantas mentes gritantes
quantas vozes cantantes
ecoarão por essa madrugada
enquanto você chora
enquanto ignora
quanto sofre
em troca de tudo que é o nada
essa noite fria
essa noite intensa
chama pela dor
chama pela madrugada
que comece a madrugada
distante assim
fria assim
mas que venha
até mim.
quantas mentes gritantes
quantas vozes cantantes
ecoarão por essa madrugada
enquanto você chora
enquanto ignora
quanto sofre
em troca de tudo que é o nada
essa noite fria
essa noite intensa
chama pela dor
chama pela madrugada
que comece a madrugada
distante assim
fria assim
mas que venha
até mim.
quinta-feira, 29 de março de 2012
escuridão.
É dia ou é noite.
Assim segue-se uma regra perpétua que nenhum tipo de influência cósmica muda. O percurso da troca do dia pela noite e vice versa é inerente e inalterável.
Exceto em algumas vidas, que a noite se faz onipresente. É quase como um copo de whiskey eterno. Um amargo no fundo da garganta que parece impossível de ser digerido.
Assim vivia aquele homem que lentamente caminhava pela escuridão. Não sobrevivera a uma dor de amor e era como uma alma penada vagando pelas ruas sem fim, sem saída, sem rotas e rumos.
Camisa mal passada, mão nos bolsos, cabeça baixa...só se encontrava em mundos que não lhe pertenciam...mundos paralelos aos seu que não passavam de mera utopia.
Assim viviam aqueles que gastavam toda sua tristeza nos maços de cigarro barato, na bebida mais forte do boteco mais barato, na camas mais vazias da madrugada.
Em meio àquela selva de pedra, com janelas acesas a brisa da madrugada fria anunciava as almas que morriam enquanto balançava lentamente as cortinas que cobriam apenas o essencial a vista.
Assim vivia aquele casal que passava noites fitando as paredes laterais do quarto e sentindo o cheiro do casal que se amava a noite toda na casa vizinha ao invés de admirar o olhar um do outro em noites silenciosas.
É dia ou é noite.
Talvez seguir uma regra não seja a forma mais coerente de se viver os dias...ainda que o desespero seja dilacerante e o estômago viva com um nó impossível de desatar e que impeça que o ar atinja os pulmões, empurrar a dor pra baixo do tapete é uma decisão segura na maioria das vezes. Guardá-la numa mala e fingir que nunca existiu, que os arrependimentos nada mais são do que os ensinamentos de um carrasco que nos ensina a morrer no momento em que passa a lâmina da guilhotina no pescoço da vítima injustamente morta pela frieza.
Aliás, quanto frio faz nesse quarto...como balançam essas cortinas...
hora de fechar as janelas antes que as almas atravessem o corredor...
Assim segue-se uma regra perpétua que nenhum tipo de influência cósmica muda. O percurso da troca do dia pela noite e vice versa é inerente e inalterável.
Exceto em algumas vidas, que a noite se faz onipresente. É quase como um copo de whiskey eterno. Um amargo no fundo da garganta que parece impossível de ser digerido.
Assim vivia aquele homem que lentamente caminhava pela escuridão. Não sobrevivera a uma dor de amor e era como uma alma penada vagando pelas ruas sem fim, sem saída, sem rotas e rumos.
Camisa mal passada, mão nos bolsos, cabeça baixa...só se encontrava em mundos que não lhe pertenciam...mundos paralelos aos seu que não passavam de mera utopia.
Assim viviam aqueles que gastavam toda sua tristeza nos maços de cigarro barato, na bebida mais forte do boteco mais barato, na camas mais vazias da madrugada.
Em meio àquela selva de pedra, com janelas acesas a brisa da madrugada fria anunciava as almas que morriam enquanto balançava lentamente as cortinas que cobriam apenas o essencial a vista.
Assim vivia aquele casal que passava noites fitando as paredes laterais do quarto e sentindo o cheiro do casal que se amava a noite toda na casa vizinha ao invés de admirar o olhar um do outro em noites silenciosas.
É dia ou é noite.
Talvez seguir uma regra não seja a forma mais coerente de se viver os dias...ainda que o desespero seja dilacerante e o estômago viva com um nó impossível de desatar e que impeça que o ar atinja os pulmões, empurrar a dor pra baixo do tapete é uma decisão segura na maioria das vezes. Guardá-la numa mala e fingir que nunca existiu, que os arrependimentos nada mais são do que os ensinamentos de um carrasco que nos ensina a morrer no momento em que passa a lâmina da guilhotina no pescoço da vítima injustamente morta pela frieza.
Aliás, quanto frio faz nesse quarto...como balançam essas cortinas...
hora de fechar as janelas antes que as almas atravessem o corredor...
sábado, 24 de março de 2012
des-enho d'-alma
quinta-feira, 22 de março de 2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
entre desajeitos e desejos
era tão sublime
aquele jeito avesso de ser
um olhar delinquente
um jeito desajeitado
posicionava o cigarro entre os dedos
sabia como acomodá-los entre os lábios
os cabelos levemente loiros
refletiam às luzes daqueles postes quase apagados
o olhar era quente
tinha um aconchego diferente
malicioso, firme, intenso
mas atingia como uma pedra contra uma vidraça fina
o sorriso tinha o corte de mil punhais
frios, rasgantes...
esse jeito vazio
e vadio
seduzia...
não sei que tipo de feitiço
tinha esse ser...
mas balançava
encantava
e feria...e como feria...
sábado, 3 de março de 2012
recomeço.
era alta noite
chovia horas a fio e a existência parecia improvável...
alguns segredos eram soltos na calada da noite
nenhum desses se calavam...
encantos e cantos ecoavam pelos becos escuros
trazendo um novo vestígio de luz para os dias que dali se seguiam...
sentimentos e fragmentos
fragmentos de sentimentos
um longo vazio que escorria pelos lábios
era doce nos sorrisos
quente nos abraços
fez tudo diferente naquele dia
fez tudo descoberto naquele instante.
sexta-feira, 2 de março de 2012
e se assim seja
esse ser
sentir
o que eu
sinto
e se
sentir o que
eu sinto
seja certo
e que o ser
sinta o que
eu sinto
serão só sensações
sentidas
ou sentimentos
em todas as
sensações?
se for assim, sim
se não for, assim seja.
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